Desmite Suspensora: Lesões dos Ramos

As desmites dos ramos (lateral, medial) do Ligamento Suspensor do Boleto (LSB) em membros anteriores e posteriores são de ocorrência relativamente comum nos cavalos atletas. Normalmente um único ramo é acometido, porém lesões bilaterais podem ser observadas, em especial nos membros posteriores.

 

Os desequilíbrios de aprumos (cascos) se apresenta como um possível fator predisponente, além disso, fraturas ou remodelamento dos metacarpianos/metatarsianos acessórios (II, IV) em suas porções distais, podem contribuir como afecções anteriores aos problemas ligamentares ou mesmo coexistentes. As desmites que precedem as fraturas determinam remodelamento e desvio progressivo da porção distal do (s) osso (s), favorecendo às fraturas.

 

As fraturas dos ossos metacarpo/metatarsos acessórios podem resultar de trauma externo direto ou por forças internas (tração). As fraturas causadas por forças internas, normalmente ocorrem na transição entre o terço médio e distal dos ossos metacarpianos/metatarsianos. A porção distal desses ossos é conectada por uma faixa fibrosa aos ossos sesamóides proximais em sua superfície abaxial. No momento de hiperflexão (dorsoflexão) metacarpo/metatarso-falangeana, essa faixa fibrosa sobre tração podendo resultar em fratura.

 

A apresentação clínica é dependente da extensão das lesões bem como seu grau de cronicidade; sendo aumento de volume, temperatura, sensibilidade dolorosa e claudicação suas apresentações mais evidentes. As efusões articulares metacarpo/metatarso-falangeanas podem estar presentes em decorrência da localização sub-sinovial (articular) dos ramos em região de inserção nos ossos sesamóides proximais.

 

Eventualmente em membros posteriores, nota-se significativa distensão da bainha digital flexora. O diagnóstico é baseado na apresentação clínica associado à avaliação ultrassonográfica(fig.1) e radiográfica(fig.2). O diagnóstico analgésico se faz

necessário se houver mais de uma lesão ligamentar evidenciada pelo ultrassom. Os cavalos que apresentam afecção aguda de um dos ramos com concomitante efusão articular, recomenda-se reavaliação em 2-3 semanas.

 

Caso a efusão articular persista, esta deverá ser investigada separadamente. O tratamento para as desmites associadas à fraturas tem recomendação cirúrgica (ostectomia) apesar de apresentarem adequada consolidação para os casos de pequenos deslocamentos. Sua recomendação é baseada na eventual formação do calo ósseo exagerado podendo determinar compressão crônica sobre o ramos ligamentares.