Vantagens da Manipulação Veterinária na Medicina Equina
A medicina veterinária voltada para equinos é uma área em constante crescimento e aperfeiçoamento. A cada ano novas técnicas de diagnóstico são desenvolvidas, surgem novos medicamentos, novos equipamentos e novas áreas para especialização dos profissionais.
O repertório terapêutico existente e utilizado atualmente em equinos é bastante vasto, o que favorece o trabalho do médico veterinário pela possibilidade de substituição de protocolos, associação de fármacos e, ainda, adequação do tratamento a cada caso de forma específica alcançando-se o sucesso. Para isso, deve-se considerar o temperamento e a condição de saúde do animal, a infraestrutura disponível no criatório, a forma de manejo, a disponibilidade de recursos humanos e o próprio estilo de criação. De acordo com McClure e McClure (2001) o custo da terapia e facilidade de administração devem ser considerados.
No caso dos veterinários que trabalham com animais atletas ainda deve-se considerar a questão ética de uma maneira mais específica, pois envolvem conflitos de responsabilidade, conflitos entre a necessidade de confidencialidade do cliente e a necessidade de compartilhar informações visando maximizar o bem-estar do animal, e a necessidade de se estabelecer uma base evidente de tratamento (CAMPBELL, 2013).
Dentre os medicamentos disponíveis no mercado nacional podem-se citar os manipulados veterinários, que são regulamentados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento - MAPA (Decreto 5053/04 e IN 11/05, IN 41/14, IN35/17 – controlados) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (Port. 344/98 – controlados). Esses medicamentos têm se destacado entre os cavalos atletas por serem personalizados, ou seja, são produzidos especificamente para cada caso.
Segundo Fonseca e Lage (2017) características do cavalo como sexo, idade, histórico de condicionamento, temperamento e histórico de lesões influenciam o progresso do condicionamento físico. A duração e a intensidade de cada etapa são estabelecidas pela resposta do animal. É por esse motivo que protocolos “prontos” podem aparentemente melhorar o desempenho de alguns animais, mas na maioria das vezes não alcançam o potencial máximo do cavalo e em outras podem até provocar lesões irreversíveis. Assim como no condicionamento físico, a suplementação e as terapias medicamentosas podem gerar resultados diferentes em diferentes animais. É necessária a conscientização do meio equestre que os cavalos também têm exigências divergentes entre si e que só alcançaremos o máximo de desempenho ao pensar nesses atletas de forma individualizada, personalizada! E é exatamente isso que a farmácia da manipulação oferece... É um trabalho em equipe: farmácia, médico veterinário e o proprietário/ treinador do equino com o objetivo de oferecer exatamente o que aquele atleta precisa.
Vantagens da manipulação veterinária:
- Personalização do medicamento;
- Produtos sem açúcares, corantes ou conservantes para pacientes com algum tipo de restrição;
-Disponibilidade de produtos doping free;
- Flavorização do medicamento com aumento da palatabilidade do produto e redução do estresse do animal e do responsável pela medicação, o que resulta numa recuperação mais rápida;
- Associação de fármacos em uma mesma fórmula facilitando o manejo da propriedade e mais uma vez contribuindo para diminuição do estresse (diminuição do número de medicações/ dia);
- Dosagem de acordo com o peso do animal;
- Diminuição do desperdício: quantidade de medicação adequação ao tempo de tratamento;
- Menor custo;
- Produtos fora de linha no mercado, às vezes, podem ser manipulados;
- Produtos ainda não comercializados no Brasil (exemplo: firocoxibe injetável);
- Não exige treinamento para administração dos produtos (facilidade de uso);
- Evita complicações da utilização das vias subcutânea, intramuscular e intravenosa apresentando ampla linha de fármacos com indicação de uso oral. A tromboflebite, uma das principais complicações do uso de fármacos injetáveis, é normalmente de origem iatrogênica sendo causada por fatores tais como: venopunção repetitiva, aplicação de cateteres, medicação intravenosa com fluxo rápido e longo período e uso de substâncias e medicamentos agressivos à parede do vaso (HUSSNI, 2012).
- Diminui o uso de materiais descartáveis impactando de maneira novamente positiva nos custos e na sustentabilidade da propriedade;
- Formas farmacêuticas diversas:
USO ORAL: cápsula, sachê, pó, pasta oral, xarope, calda, biscoito, filme oral, florais;
USO TÓPICO: solução, shampoo, condicionador, pomada, loção, creme, spray, gel, mousse, gel transdérmico;
USO OFTÁLMICO: produtos para diagnóstico, colírio, pomada e gel oftálmico;
USO OTOLÓGICO: gel, pomada e solução otológica;
USO SISTÊMICO: injetáveis;
USO RETAL: enemas;
- Várias opções de flavorizantes: cenoura, menta, baunilha, mel, banana, maçã, canela, entre outros;
- Fármacos de todas as classes terapêuticas: analgésicos, antiácidos do trato gastrointestinal, antibacterianos, anticoagulantes, trombolíticos e inibidores da agregação plaquetária, anticonvulsivantes, antidiarreicos, antifúngicos, anti-helmínticos, anti-histamínicos, anti-inflamatórios esteroidais, intestinais e não esteroidais, antiprotozoários, broncodilatadores, cicatrizantes, diuréticos, ectoparasiticidas e repelentes, estimulantes da lactogênese e ejeção de leite, estimulantes do apetite, expectorantes e mucolíticos, fitoterápicos, hematínicos, hormônios, imunoestimulantes, imunossupressores, minerais e eletrolíticos, modificadores do comportamento, nutracêuticos, procinéticos, relaxantes musculares, vasodilatadores, vitaminas, aminoácidos e muitas outras opções!
Para garantir o sucesso do tratamento, a idoneidade da farmácia escolhida é determinante. O estabelecimento deve ser sinônimo de eficácia, qualidade e pureza utilizando princípios ativos (matéria-prima) de qualidade superior. Deve ainda contar com um rigoroso processo de produção e com profissionais experientes, investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação e oferecer segurança no tratamento.
Daniela Ravetta Inostroza
Médica Veterinária pela Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Especialista em Clínica Médica de Equinos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Gerente Nacional Equinos DrogaVET
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